sábado, 3 de setembro de 2011

Aluno com Síndrome de Down de Irani é o segundo brasileiro a concluir curso de Graduação


Robson Deola, de 27 anos, formou-se em tecnólogo em Gestão Pública.
Chegar a um banco universitário ainda é um sonho para a maioria dos brasileiros. Concluir um curso universitário passa a ser praticamente impossível para muitos, incluindo o fato do aluno ser portador de Síndrome de Down, isso se torna raridade no mundo.

Esse paradigma foi quebrado na noite de sábado dia 06 de agosto, quando houve a formatura de Robson Deola, de 27 anos, no Curso Tecnológico em Gestão Pública, pelo Grupo UNINTER de Irani, estado de Santa Catarina.

Segundo Daniel Deola, pai de Robson, "em primeiro lugar, agradeço a Deus pelo filho que temos e por sua conquista obtida hoje. Neste momento especial, ele é motivo de orgulho. Não tenho outra forma de definir este momento, pois Robson é um aluno com Síndrome de Down, por isso ficamos surpresos com o seu desenvolvimento. Nossa família sempre o incentivou a estudar. Nunca desistimos dele e sempre apostamos em nosso filho, que hoje atingiu o ensino superior. Durante 25 anos, a APAE de Irani foi sua grande prioridade e foi o local especial para a melhoria educacional de Robson".

Daniel comenta ainda "que o Robson sirva de exemplo para outros pais; que se espelhem nele para nunca desistirem. Não conhecemos no estado catarinense, um aluno com esta síndrome que tenha atingido tal grau educacional".

Robson recebeu uma homenagem ao vivo, a nível nacional, pela Coordenadora do SIANEE - Serviço de Inclusão e Atendimento aos Alunos com Necessidades Educacionais Especiais - Leomar Marchesini, "a solenidade de formação de grau costuma ser um divisor de águas em nossas vidas. Os níveis de dificuldades superadas e dos obstáculos a serem vencidos são diferente para cada aluno. Há pessoas com diversidades individuais, quer a mais valiosa conclusão de um curso superior, no que prezam para a sociedade, o quanto os diferentes são capazes e merecedores de um espaço digno no mercado de trabalho. Por esta razão, desejamos homenagear, nesta cerimônia de colação de grau, o nosso formando Robson Deola, pessoa com Síndrome de Down, um vencedor de 27 anos que concluiu o curso Tecnológico em Gestão Pública.

Robsom estudou no pólo de Irani, estado de Santa Catarina. É um jovem lutante pela causa da inclusão, atuando nas APAEs de SC, em defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência. Seu lema é Promover Direitos Iguais aos Desiguais. Exercendo plenamente sua cidadania, Robson Deola frequentou a faculdade e hoje está se formando.
A vitória deste jovem é emblemática, pois mostra que as pessoas com deficiência são capazes de chagar ao nível superior de educação, quando a instituição respeita as diversidades e promovem as condições compatíveis ao seu processo de ensino e aprendizagem.

Como Coordenadora do SIANEE da Uninter, expresso em meu nome e de toda a diretoria os mais calorosos parabéns a Robson Deola. Nossos parabéns a família do Robson que sempre acreditou em seu progresso e incentivou seu filho. O Grupo Uninter orgulha-se em ter Robson Deola como aluno".
Sua professora, Clenimara Rossi afirma que "sempre comentei aos pais que ele era sempre muito dedicado. Acompanhava a aula, fazia a leitura do material de aula e ainda ajudava os colegas. Ele dava show em muito aluno normal, graças a sua dedicação. Temos o Robson como um filho, mas sempre o tratamos igual aos demais alunos, pois aqui incluímos, sem diferenciar".

Clenimara comenta orgulhosa que "pelo que sabemos, Robson é o segundo aluno com Síndrome de Down do Brasil a concluir um curso superior, por isso fico muito feliz, alegre; é como se eu mesma estivesse me formando".

A Gestora do Pólo Uninter de Irani, Professora Jussimara Rossi reforça que "este é um momento de grande orgulho, pois o Robson foi exemplo de aluno, de responsabilidade, de interesse; sempre demonstrou muita força de vontade. Me sinto emocionada por ter contribuído em sua formação".

Jussimara complementa lembrando que "outro motivo de orgulho é o fato de que Robson é o primeiro e único aluno, que cursou Gestão Pública. Este que é um dos cursos mais concorridos da UNINTER".

A Prefeita Adelaide Salvador acompanhou a formatura, parabenizou em nome da Administração e do Vice-prefeito Cleinor Zampieri, todos os formandos da noite, "pois é um momento muito importante. O Robson trabalhou no setor público por dois anos, sendo sempre eficiente e mesmo com a síndrome que possui, realizou seu trabalho com perfeição, pois hoje temos que ser bons em tudo. Agradeço também a equipe da Uninter pelo belo trabalho que está fazendo em Irani, dando oportunidade de estudar para os iranienses".

Para Robsom, foi um momento de muita emoção, pois tudo foi difícil. Mesmo assim afirma que enfrentou tudo, para conseguir se formar. "Qualquer um se sente emocionado em se formar na Uninter. Pois assumi a responsabilidade de estudar". E o que é melhor ainda, Robson pensa agora em realizar um curso de Pós-Graduação.
Nesta noite também se formaram:
Daniela Peres Mendes em Pedagogia;
Claudinei Pedrozo em Logística e
Joel Zenaro em Gestão Comercial.

Matéria publicada em: 
http://www.radiorural.com.br/noticias.php?nId=leitura&idnot=12203&idcat=3

Um bombeiro especial em Araranguá


Em parceria com a Associação Down Show, O Corpo de Bombeiros de Araranguá realizou hoje o Dia de Bombeiro para o portador de Síndrome de Down, Marcus Costa dos Santos, que completou 22 anos. Marcus é irmão do bombeiro, que atua no quartel do Vale, soldado Guilherme Costa dos Santos.
Marcus afirmou que não poderia existir presente melhor, viver um Dia de Bombeiro, a profissão de seu irmão que ele tanto admira. Ele ganhou de presente, alusivo ao aniversário, 24 horas como profissional. O dia iniciou com a conferência de materiais do ABTR-02 (Caminhão de Combate a Incêndios), seguido com a passagem de serviço, rolagem da viatura, um simulado de deslocamento para ocorrência de incêndio e a organização do almoço. O bombeiro especial encerra as atividades amanhã às 8h.
A tarde iniciou com uma vistoria em prédio e logo em seguida a oportunidade de conhecer as seções administrativas da companhia. Durante a noite, após o jantar, Marcus arrumou a cama para dormir, sem deixar de participar da escala de hora, com os demais militares. Cada passo dele foi acompanhado e supervisionado de perto pelo irmão, para garantir a sua segurança e o melhor desempenho.
Esta é a primeira vez que um Síndrome de Down ganha um dia de Bombeiro no Estado. A iniciativa teve apoio total do capitão Gustavo Campos, comandante do Corpo de Bombeiros, que tem o objetivo de permitir que, pelo menos uma vez por mês, o filho de um bombeiro possa passar um dia em companhia do pai no quartel, vivendo seu dia e tendo a oportunidade de conhecer melhor a profissão de maior credibilidade do país.
Para Marcus e seus familiares este dia ficará marcado para sempre em suas memórias, e eles só têm a agradecer pela oportunidade.



http://www.atribunanet.com/noticia/um-bombeiro-especial-em-ararangua-68752
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Perguntas Mais Frequentes

1. O que é Síndrome de Down?Síndrome de Down (SD) é uma alteração genético que acarreta um atraso do desenvolvimento, tanto das funções motoras do corpo, como das funções mentais. Um bebê com SD é pouco ativo, molinho, o que chamamos hipotonia. A hipotonia diminui com o tempo, e a criança vai conquistando, embora mais tarde que as outras, as diversas etapas do desenvolvimento: sustentar a cabeça, virar-se na cama, engatinhar, sentar, andar e falar. A SD era conhecida popularmente como mongolismo. Atualmente, a forma de se nomear as pessoas que nascem com a trissomia 21 é: Pessoas com Síndrome de Down.
2. Como se reconhece a SD?Há sinais físicos que acompanham, em geral, a SD, e por isso ajudam a fazer o diagnóstico. Os principais sinais físicos no recém-nascido são:• Hipotonia• Abertura das pálpebras inclinada com a parte externa mais elevada• Prega da pálpebra no canto dos olhos como nas pessoas da raça amarela, por exemplo japoneses.• Língua protusa (para fora da boca)• Prega única na palma das mãosHá outros sinais físicos, mas variam de bebê para bebê.
3. Ocorrem muitos casos de SD? A SD é relativamente freqüente: de cada 700 bebês que nascem, um tem.a síndrome. Atualmente, estima-se que existem, entre crianças e adultos, mais de 100 mil brasileiros com SD.
4. Qualquer casal pode ter um filho com essa síndrome? Sim, qualquer casal pode ter filho com SD, não importando sua raça, credo ou condição social. Entretanto, a chance de nascer um bebê com SD é maior quando a mãe tem mais de 40 anos.
5. Algum problema ocorrido durante gravidez pode causar a síndrome?Não. No inicio da gestação, quando começa a se formar o bebê, já está determinado se ele terá SD ou não. Portanto, nada que ocorra durante a gravidez, como quedas, emoções fortes ou sustos, pode ser a causa da síndrome. Também não se conhece nenhum medicamento que ingerido durante a gravidez cause a SD.
6. A SD é contagiosa?Não, ela não é causada por nenhum micróbio. Ela é produzida por uma alteração genética que ocorre no início da gravidez.
7. Existe cura?Até o momento, não há cura, embora no mundo inteiro se façam pesquisas nesse sentido. A SD é uma anomalia das próprias células, e não existem drogas, vacinas, remédios, escolas ou técnicas milagrosas capazes de curá-la.Infelizmente, são inúmeros os pais que se deixam enganar por curandeiros e charlatões, pensando que seus tratamentos milagrosos beneficiam seus filhos.
Nesses casos, o desenvolvimento que a criança vai tendo com a idade é atribuído erradamente ao tratamento, que muitas vezes exige sacrifícios econômicos exorbitantes e completamente inúteis.
Atualmente, são realizados programas de estimulação precoce que visam, favorecer o desenvolvimento motor e intelectual das crianças com SD. Estes programas indicam melhoras no desempenho da criança durante os primeiros anos de vida. A estimulação precoce não é a cura da SD, mas fornece as oportunidades para o desenvolvimento dos potenciais da criança.
8. Qual a causa?Toda pessoa tem seu corpo formado por pequenas unidades chamadas células, que só podem ser vistas ao microscópio. Dentro de cada célula estão os cromossomos, que são os responsáveis por todo o funcionamento da pessoa.
Os cromossomos determinam, por exemplo, a cor dos olhos, altura, sexo e também o funcionamento e forma de cada órgão interno, como o coração, o estomago e o cérebro. Cada uma de nossas células possui 46 cromossomos que são iguais dois a dois, quer dizer, existem 23 pares ou duplas de cromossomos dentro de cada célula. Um desses pares de cromossomos, chamado de par número 21, é que está alterado na SD. A criança com SD possui um cromossomo 21 a mais, ou seja, ela têm três cromossomos 21 em todas as suas células, ao invés de ter dois. É o que chamamos de trissomia 21. Portanto, a causa da SD é a trissomia do cromossomo 21.
9. Qual o risco de um casal ter uma criança com SD?O risco depende da síndrome ser causada por trissomia simples ou por translocação. No caso da trissomia simples, o risco depende da idade da mãe, Isso porque a chance de acontecer um erro na formação do ovo é maior com o aumento da idade da gestante. Para a translocação, se não existe outro caso na família, o risco é muito pequeno.
10. Existe alguma maneira de se saber se a criança terá SD antes do nascimento?Atualmente, existem exames que são feitos durante a gravidez, e que detectam algumas alterações do feto. Dentre estes, a amniocentese e a amostra de vilo corial são exames usados para estudo dos cromossomos do feto. Portanto, a trissomia do cromossomo 21, que causa a SD, pode ser detectada no período pré-natal. Mulheres com mais de 40 anos possuem um risco maior de ter um filho com SD e elas podem fazer um desses dois exames durante a gravidez. Esse aumento do risco não depende do número de filhos que a mulher já teve.
11. A síndrome pode ter graus diferentes?Não existe classificação em graus para a SD. Todavia, tanto os sinais clínicos como o desenvolvimento motor e mental apresentam variações. Assim, como cada criança é diferente das demais, as crianças com SD também se desenvolvem diferentemente umas das outras. Apesar da variação entre as crianças, todas apresentam deficiência mental.
12. As crianças com SD apresentam problemas de saúde?Existem alguns problemas e doenças que as crianças com SD podem ter com maior freqüência, tais como:• mal-formação cardíaca, em metade dos casos;• mal-formação do intestino;• deficiência imunológica;• problemas respiratórios;• problemas de visão e audição;• problemas odontológicos.É conveniente, em qualquer dos casos, procurar a orientação para o tratamento adequado.É importante lembrar que algumas pessoas com SD não apresentam os problemas ou doenças acima citados, por isso é sempre importante a avaliação médica, com um profissional da confiança da família, que acima de tudo, traga tranqüilidade.
13. Como é o desenvolvimento da criança com SD?O desenvolvimento da criança com SD ocorre em um ritmo mais lento que o das crianças normais. O bebê, devido à hipotonia, é mais quieto, tem dificuldade para sugar, engolir, sustentar a cabeça e os membros. A hipotonia, com os cuidados terapêuticos necessários, tem um prognóstico muito positivo.
Embora haja atraso no desenvolvimento motor, isso não impede que a criança aprenda suas tarefas diárias e participe da vida social da família. A criança com SD pode, portanto, executar tarefas simples, mas a deficiência mental não permite que ela consiga resolver problemas abstratos, que são muito complicados para ela.
14. Como é o temperamento?Cada pessoa tem uma personalidade própria, diferente das demais. Do mesmo modo, a criança com SD também tem sua personalidade, que depende, em grande parte, de suas experiências. A maioria dessas crianças tem temperamento dócil e não são agressivas. A teimosia e a birra às vezes fazem parte de seu comportamento e, assim como das outras crianças, que não encontram limites claros e equilibrados em sua educação.
15. Como a criança deve ser educada?Deve ser educada e disciplinada como qualquer outra criança. Os pais devem ensinar-lhe os limites, não permitindo que ela faça tudo o que quiser. Será necessário maior cuidado e atenção, porque a criança pode demorar mais para aprender as coisas. É importante lembrar que ela pode demorar para aprender as coisas, mas aprenderá.
16. Como se pode diminuir suas limitações?A maioria dos profissionais acredita que a estimulação precoce ajuda o desenvolvimento da criança. Os pais podem auxiliar muito a criança, brincando sempre com ela, mantendo-a em atividade, permitindo que ela tenha muitos estímulos, visuais, táteis e auditivos, por exemplo, com brinquedos e objetos de material, som e cor diferentes. Exercícios físicos específicos poderão auxiliar o desenvolvimento neurológico. A convivência com outras crianças e a participação na vida social da família auxiliarão seu desenvolvimento emocional.
Clínicas especializadas costumam ter programas de estimulação precoce para crianças com SD, que poderão orientar os pais quanto aos exercícios específicos.
17. Qual e a escola mais adequada?A escola comum, de caráter regular (particular ou pública) que deve ser escolhida pelos pais, os quais podem ser orientados pelos terapeutas de seus filhos. Vale lembrar que a última decisão é dos pais. Nossa legislação atual assegura o direito à escolarização para todos, não importando raça, credo, sexo, ou se a pessoa tem necessidades especiais. Todos são iguais perante a lei e têm os mesmos direitos. Todas as escolas, particulares ou públicas, são obrigadas a matricular em seu estabelecimento pessoas com necessidades especiais caso sejam procuradas, e se não o fizerem, podem sofrer as conseqüências legais desta negação.
18. Convém internar a criança numa instituição especializada?Uma instituição não tem condições de suprir todas as necessidades do desenvolvimento da criança, pois a família pode lhe dar mais atenção e carinho.É importante que ela conviva com outras pessoas e freqüente ambientes diferentes. Matricular a criança numa escola comum (rede regular de ensino) onde passe parte do dia, pode dar-lhe melhores condições de desenvolvimento, sem privá-la da convivência com a família.
19. Como os pais devem agir em relação à criança com SD e seus irmãos?Os pais devem procurar não superproteger a criança, interferindo o menos possível nas brincadeiras e brigas entre irmãos, permitindo que cada um tenha suas atividades e sua liberdade. Se os pais tratam a criança com naturalidade,os irmãos também o farão, Não se deve tratar a criança como se ela fosse mais fraca, indefesa ou “diferente", fazendo exigências ou restrições especiais aos outros irmãos, pois eles poderão se sentir culpados, com pena, raiva ou com responsabilidade excessiva. Deve-se evitar que a criança com SD se torne alvodas atenções exageradas da família, para que os outros filhos não se sintam em segundo plano.
20. O que deve ser dito aos irmãos das criança?Se os irmãos forem pequenos, não evite sua presença para falar daquele que tem SD, evite cochichos, pois isso cria uma atmosfera artificial; ouvindo os pais conversarem com naturalidade, eles aceitarão naturalmente na medida que crescem. Se os irmãos tiverem idade para compreender, poderá ser dito que o irmão com SD aprenderá as coisas um pouco mais devagar do que eles mesmos aprenderam.
21. Como os casais se sentem ao saber que têm um filho com SD?Há muita expectativa quanto ao nascimento de um bebê, e os pais sempre esperam que seus filhos nasçam sadios. Quando nasce uma criança com SD, é natural que os pais fiquem chocados e que tenham sentimentos de perda e rejeição. Devido a pouca informação, os pais podem supor que cometeram algum erro e por isso se sentem culpados.
À medida que a situação se torna mais clara, e que os pais tornam conhecimento de que a síndrome é causada por um acidente sobre o qual ninguém tem controle, esses sentimentos, que são naturais nesse momento, poderão ser superados.
Sentimentos de insegurança e incerteza, bem como dúvidas sobre como tratar a criança e o que o futuro lhe reserva, podem surgir. Se isso acontecer, procure informações corretas, através de médicos, profissionais especializados ou mesmo pais que também têm um filho com SD. Isso poderá ajudá-lo a compreender melhor a situação e seu filho.
22. Como se deve agir quando outras pessoas fizerem perguntas?Apesar da dificuldade inicial em aceitar a criança com SD, procure dizer às pessoas conhecidas que a criança tem SD, que é um atraso no desenvolvimento, que não é uma doença contagiosa ou infecciosa. Isso poderá evitar situações desagradáveis, e as pessoas se sentirão mais a vontade para conversar com você a respeito da criança.
23. Como deve ser a educação sexual?Aos poucos, de acordo com a curiosidade da criança e com sua capacidade de compreensão, os pais terão oportunidade de explicar como nosso corpo funciona e as diferenças entre homens e mulheres e, fornecer informações que ajudem a criança a lidar com determinadas situações, como, por exemplo, preparar a menina para a primeira menstruação. A educação sexual não é dada num único dia. Desde pequena a criança tem curiosidade por tudo que a cerca, e o sexo também desperta sua atenção. Isso para ela é tão natural como qualquer outra coisa. Essa naturalidade continuará se os pais conversarem espontaneamente sobre sexo com ela.
24. Uma pessoa com SD poderá ter filhos?Não se conhecem casos de homens com SD que tenham se reproduzido. As mulheres podem menstruar e engravidar. Entretanto, a gravidez é desaconselhada, porque a mãe terá dificuldade em cuidar da criança adequadamente. Além disso, o risco de nascer uma criança também com SD é alto (cerca de 50%). Convém que os pais procurem a orientação de um ginecologista quando a menina com SD chega à adolescência e tem a sua primeira menstruação.
25. Como é a vida da pessoa com SD?A pessoa com SD quando adolescente e adulta tem uma vida semi-independente. Embora possa não atingir níveis avançados de escolaridade, pode trabalhar em diversas outras funções, de acordo com seu nível intelectual. Ela pode ter sua vida social como qualquer outra pessoa, trabalhar, praticar esportes, viajar, freqüentar festas.

Desenvolvimento Psicomotor

Uma das características principais da Síndrome de Down, e que afeta diretamente o desenvolvimento psicomotor, é a hipotonia generalizada, presente desde o nascimento. Esta hipotonia origina-se no sistema nervoso central, e afeta toda a musculatura e a parte ligamentar da criança. Com o passar do tempo, a hipotonia tende a diminuir espontaneamente, mas ela permanecerá presente por toda a vida, em graus diferentes. O tônus é uma característica individual, por isso há uma variação entre as crianças com esta síndrome. A criança que nasceu com Síndrome de Down vai controlar a cabeça, rolar, sentar, arrastar, engatinhar, andar e correr, exceto se houver algum comprometimento além da síndrome. Acontece freqüentemente da criança ter alta da fisioterapia por ocasião dos primeiros passos. Na verdade, quando ela começa a andar, há necessidade ainda de um trabalho específico para o equilíbrio, a postura e a coordenação de movimentos. É essencial que nesta fase, na qual há maior independência motora, a criança tenha espaço para correr e brincar e possa exercitar sua motricidade global. A brincadeira deve estar presente em qualquer proposta de trabalho infantil, pois é a partir dela que a criança explora e internaliza conceitos, sempre aliados inicialmente à movimentação do corpo.
O trabalho psicomotor deve enfatizar os seguintes aspectos:
o equilíbrio
a coordenação de movimentos
a estruturação do esquema corporal
a orientação espacial
o ritmo
a sensibilidade
os hábitos posturais
os exercícios respiratórios
Todos estes aspectos devem ser trabalhados dentro de atividades que sejam essencialmente interessantes para a criança. A utilização da brincadeira e dos jogos com regras é fundamental para que a criança tenha uma participação proveitosa e prazerosa no trabalho de estimulação, tendo conseqüentemente um melhor desempenho. A criança com Síndrome de Down deve participar de brincadeiras na areia e na água, para estimulação de sua sensibilidade. Também na água podem ser realizados exercícios respiratórios de sopro e de submersão. Outras atividades comuns na infância também beneficiam o desenvolvimento psicomotor e global: pular corda, jogar amarelinha, jogos de imitação, brincadeiras de roda, subir em árvores, caminhadas longas, uso de brinquedos de parque como balanço, escorregador e gangorra. Posteriormente, a criança deve ter acesso às práticas esportivas, iniciando-se no esporte através da exploração e manuseio dos materiais e participando depois de jogos em grupo com orientação adequada

Desenvolvimento Cognitivo

Embora a Síndrome de Down seja classificada como uma deficiência mental, não se pode nunca predeterminar qual será o limite de desenvolvimento do indivíduo. Historicamente, a pessoa com Síndrome de Down foi rotulada como deficiente mental severa e em decorrência deste rótulo acabou sendo privada de oportunidades de desenvolvimento. A classificação da deficiência mental nos grupos profundos (severos), treináveis e educáveis é bastante questionada hoje em dia. Estes diagnósticos, determinados a partir de testes de QI (Medida do Quociente da Inteligência), nem sempre condizem com a real capacidade intelectual do indivíduo, uma vez que os testes aplicados foram inicialmente propostos para povos de outros países, com culturas diferentes da nossa.A educação da pessoa com Síndrome de Down deve atender às suas necessidades especiais sem se desviar dos princípios básicos da educação proposta às demais pessoas. A criança deve freqüentar desde cedo a escola, e esta deve valorizar sobretudo os acertos da criança, trabalhando sobre suas potencialidades para vencer as dificuldades.A educação especial, garantida por lei ao deficiente, deve atender aos seguintes objetivos:
Respeitar a variação intelectual de cada um, oferecendo iguais possibilidades de desenvolvimento, independente do ritmo individual.
Valorizar a criança ou jovem, incentivando-o em seu processo educacional.
Realizar planejamentos e avaliações periódicas, a fim de poder suprir todas as necessidades do grupo (gerais e individuais), com constante reavaliação do trabalho.
A aprendizagem da pessoa com Síndrome de Down ocorre num ritmo mais lento. A criança demora mais tempo para ler, escrever e fazer contas. No entanto, a maioria das pessoas com esta síndrome tem condições para ser alfabetizada e realizar operações lógico-matemáticas. A educação da pessoa com Síndrome de Down deve ocorrer preferencialmente em uma escola que leve em conta suas necessidades especiais. As crianças com deficiência têm o direito e podem beneficiar-se da oportunidade de freqüentar desde cedo uma creche e uma escola comum, desde que adequadamente preparadas para recebê-las. O professor deverá estar informado para respeitar o ritmo de desenvolvimento do aluno com deficiência, como, de resto, deve respeitar o ritmo de todos os seus alunos. O papel do professor é muito importante pois caberá a ele promover as ações para incluir a criança deficiente no grupo. É preciso orientar a família da pessoa deficiente sobre quais os recursos educacionais de boa qualidade que estão disponíveis em sua comunidade. Para realizar tal orientação, o profissional deve procurar conhecer melhor as opções de escola especial e escola comum de sua cidade e região, para que o encaminhamento seja feito com segurança e traga benefícios ao desenvolvimento global da criança

Desenvolvimento da Linguagem



A linguagem representa um dos aspectos mais importantes a ser desenvolvido por qualquer criança, para que possa se relacionar com as demais pessoas e se integrar no seu meio social. Pessoas com maiores habilidades na linguagem podem comunicar melhor seus sentimentos, desejos e pensamentos. De maneira geral, a criança, o jovem e o adulto com Síndrome de Down possuem dificuldades variadas no desenvolvimento da linguagem. É importante estar atento a este fato desde o primeiro contato com a família do bebê com Síndrome de Down. Quanto antes for criado um ambiente propício para favorecer a evolução da linguagem melhor será o futuro. A criança com Síndrome de Down apresenta um atraso na aquisição e desenvolvimento da linguagem se comparada a outra criança. Este atraso tem sido atribuído a características físicas ou ambientais que influenciam negativamente o processo de desenvolvimento, tais como:
Problemas de acuidade e discriminação auditiva.
Freqüentes doenças respiratórias.
Hipotonia da musculatura orofacial.
Alteração no alinhamento dos dentes.
Palato ogival com tendência à fenda.
Língua grande (macroglossia) ou cavidade oral pequena.
Problemas de maturação dos padrões de mastigação, sucção e deglutição.
Baixa expectativa em relação à possibilidade de desenvolvimento da criança.
Dificuldades do adulto em determinar o nível de compreensão da criança para adaptar sua fala de maneira a promover o desenvolvimento.
Pouca disponibilidade do adulto em ouvir a criança e em se esforçar para compreendê-la.
Dificuldade de sintetização e problemas na estruturação sintática.
Atraso geral no desenvolvimento motor, cognitivo e emocional.
Falta de atividades sociais que façam a criança utilizar a linguagem de forma significativa.
Como ajudar o desenvolvimento da linguagem
O desenvolvimento da linguagem ocorre através da interação da criança com o meio. Isto também é verdadeiro para crianças com Síndrome de Down. Os pais e professores devem ser orientados pelo fonoaudiólogo que poderá elaborar um programa específico para cada criança.Antes de mais nada, é importante sanar ou minimizar aspectos físicos que possam prejudicar a articulação e produção vocal através de exercícios para fortalecimento da musculatura, adaptação de próteses dentárias ou auditivas etc.A seguir estão algumas sugestões e aspectos importantes que pais, familiares e profissionais devem considerar para a elaboração e a aplicação de um programa de desenvolvimento da linguagem de crianças com Síndrome de Down:
Criar um ambiente favorável e estimulador.
Nunca falar pela criança nem deixar que os outros falem por ela.
Aguardar a solicitação da criança, não antecipando suas vontades.
Prestar atenção quando a criança iniciar um diálogo.
Criar situações inesperadas que provoquem reações da criança aguardando seus comentários.
Fornecer apoio aos pais para que possam desenvolver um relacionamento emocional saudável com a criança.
Informar à família sobre o nível de desenvolvimento da linguagem da criança, orientar em que complexidade devem falar para ajudar no desenvolvimento da linguagem e na manutenção do diálogo.
Garantir o desenvolvimento global (motor, cognitivo, social e emocional) da criança mantendo relacionamento com profissionais especializados nas diferentes áreas.
Criar ambiente propício para a socialização, incentivando as iniciativas, as amizades, os relacionamentos com diferentes pessoas.


Observar as características individuais e atender as necessidades específicas ajudando a pessoa com Síndrome de Down a se comunicar e a ver a linguagem como uma forma facilitadora para a realização de seus desejos e expressão de seus sentimentos.

Estimulação inicial

É importante que a criança com Síndrome de Down receba estimulação para se desenvolver desde o nascimento. A família deve ser orientada sobre como proceder com a criança em casa dentro da rotina familiar. Nesta fase inicial, quando o choque da notícia sobre a síndrome ainda está recente, os profissionais que assistem à família devem saber que muitas vezes é ela quem necessita de ajuda, mais do que a própria criança. Portanto, é sempre bom ter o cuidado de solicitar aos pais coisas que eles realmente tenham condições práticas e emocionais para cumprir. Alguns aspectos do desenvolvimento merecem atenção especial neste período: a sucção e a deglutição da criança devem ser trabalhadas por um fonoaudiólogo, objetivando melhores condições para alimentação e uma melhor postura dos órgãos fono-articulatórios. A movimentação ativa, a coordenação viso-motor e o equilíbrio para controle de cabeça e tronco devem ser estimulados por um fisioterapeuta.
Várias técnicas podem ser utilizadas. Massagens com o vibrador ou com as mãos ajudam a dar maior tonicidade na musculatura oro-facial. Brinquedos coloridos e sonoros estimulam a visão, a audição e a coordenação de movimentos no bebê. Exercícios específicos de equilíbrio como o uso da bola Bobath e da prancha de equilíbrio também são importantes. As manobras realizadas para mudanças de posição, estímulo da propriocepção ou ainda os exercícios respiratórios constituem elementos básicos das terapias individuais.No entanto, o tempo que a criança passa com os terapeutas é muito pequeno se comparado ao tempo que passa com a família. Isto justifica a preocupação que os profissionais devem ter em relação ao papel que desempenham para auxiliar no equilíbrio emocional familiar e no relacionamento entre toda a família e a criança.Antes de qualquer técnica específica de estimulação, a convivência saudável com a criança deve ser uma das prioridades da estimulação, pois é a partir dela que ocorre o desenvolvimento.
Os Marcos do Desenvolvimento
Durante os dois primeiros anos de vida da criança, ocorrem as conquistas motoras ou de linguagem mais marcantes: o sentar, o engatinhar, o andar, os primeiros dentes, as primeiras palavras.A expectativa criada em torno destes acontecimentos gera certa ansiedade nos pais. É a fase em que os avós, os parentes e amigos começam a fazer perguntas e comparar o desenvolvimento da criança com Síndrome de Down com outras crianças. É importante que os profissionais possam esclarecer e tranqüilizar a família no sentido de respeitar o ritmo de desenvolvimento individual. Crianças com Síndrome de Down podem andar, falar e realizar inúmeras atividades, bastando que tenham chances para isto Em geral, os pais respondem com alegria e interesse aos movimentos e balbucios dos bebês, transmitindo-lhes carinho e segurança.

Em geral, os pais respondem com alegria e interesse aos movimentos e balbucios dos bebês, transmitindo-lhes carinho e segurança. Os pais de uma criança com Síndrome de Down podem encontrar maior dificuldade em responder positivamente ao seu filho, tanto por uma instabilidade emocional como por não compreender que o ritmo de desenvolvimento da criança não corresponderá, na maioria das vezes, às expectativas iniciais. Cabe, portanto, ao profissional que atende à família, intermediar em alguns momentos esta relação entre pais e filhos, procurando acima de tudo preservar a naturalidade e espontaneidade deste relacionamento. Quando este equilíbrio for alcançado, a criança certamente reagirá melhor à estimulação específica, havendo conseqüentemente maiores progressos no desenvolvimento de habilidades psicomotoras, na aquisição da linguagem e nos aspectos cognitivos.
Estratégias de Estimulação
Algumas técnicas contribuem satisfatoriamente para o desenvolvimento inicial do bebê com Síndrome de Down, e merecem ser mencionadas. Lembre-se que a estimulação é muito importante, mas o excesso é prejudicial, havendo necessidade de dosar a quantidade de estímulos.
Estimulação Visual
A estimulação visual deve ser oferecida desde o nascimento. Inicialmente, o que mais atrai o bebê é o rosto humano, seguido por objetos coloridos e brilhantes, A família deve ser orientada a apresentar tais estímulos ao bebê com freqüência, estando atenta para que ele fixe o olhar e posteriormente acompanhe com os olhos o movimento do rosto humano ou do brinquedo. As brincadeiras na frente do espelho também devem ser introduzidas assim que o bebê fixar o olhar.
Estimulação Auditiva
A voz humana é o primeiro estímulo auditivo que o bebê recebe. É importante orientar a mãe para que converse com o bebê de forma clara e tranqüila. A música, cantada pela mãe ou tocada também é um estímulo que agrada ao bebê. Os brinquedos que produzem som também funcionam como estimulação para a percepção auditiva. Tanto os pais como os terapeutas podem fazer uso de chocalhos, papéis aluminizados, caixinhas de música ou qualquer outro tipo de objeto que produza som, como meio de estimulação.
Estimulação Sensitiva
É a partir da estimulação sensitiva que a criança reagirá cada vez mais com movimentos. Preferencialmente, ela deve usar a menor quantidade de roupa possível, de acordo com o tempo, tanto em casa, como na terapia. O contato com diferentes materiais propicia maior experiência sensitiva. Brinquedos ásperos, lisos, de borracha, de madeira, de ferro, de pano, bem como o contato com a água e a areia oferecem grande demanda de estímulos sensitivos.

Estimulação Labiríntica
Atividades que envolvam o balanço estimulam os órgãos do equilíbrio. Portanto, desde cedo à criança deverá experimentar estas sensações, tanto na terapia, como em casa. O balanço na bola Bobath facilita as reações de controle de cabeça e tronco. O uso de redes, balanços e brincadeiras com o corpo deve ser estimulado e orientado à família.
Estimulação Social
O profissional que está em contato direto com a família deve orientá-la a manter, desde cedo, uma vida social semelhante à de outros bebês. O banho de sol e os passeios ao ar livre devem fazer parte da rotina. Privar a criança de contatos sociais, mesmo que inicialmente breves, pode prejudicar seu desenvolvimento e sua adaptação ao estilo de vida de sua.